Ficha tríplice – formulário utilizado na escrituração contábil que continha três vias. A primeira era destinada ao Livro Diário, a segunda ao Razão da conta debitada e a terceira (e última) via ao Razão da conta creditada.
Termo correspondente em inglês – threefold sheet ou triple sheet
Veja também – Escrituração contábil, escrituração manual, escrituração mecanizada e automação contábil.
Não entendeu nada? Sem problemas, vamos explicar tudo.
Afinal, o que é Ficha Tríplice?
Desenvolvido em 1947, por dois contadores brasileiros – Silvino Barbosa e Edmundo Mario Cavallari, o “Sistema Ficha Tríplice” era um método de contabilização e tinha como objetivo simplificar os procedimentos de escrituração contábil das empresas.
Anteriormente ao desenvolvimento e divulgação da contabilidade informatizada, os contadores tinham quatro opções básicas para efetuar os registros contábeis: (1) escrituração manual, que se apresentava demorada e resultava na realização de várias transcrições; (2) escrituração mecanizada, cuja operacionalização exigia a utilização de máquinas complexas, com custo de aquisição elevado para empresas de pequeno e médio porte; (3) escrituração eletromecânica, que apesar de propiciar significativa economia de tempo, ainda era uma tecnologia nova e onerosa para as empresas de médio porte; e (4) escrituração maquinizada, operacionalizada em máquinas de escrever comuns especialmente adaptadas para essa finalidade. Esse último, dispensava a necessidade de investimentos em equipamentos destinados exclusivamente a procedimentos de contabilidade e escrituração mercantil.
A ideia central do Sistema Ficha Tríplice era simplificar os registros contábeis, possibilitando sua realização em qualquer tipo de máquina de escrever, em substituição aos caríssimos equipamentos de mecanização da época.
Ela, a ficha tríplice, era um formulário, em três vias, as quais tinham sua impressão tipográfica diferenciada em cada via. Eram preenchidas simultaneamente, com o auxílio de papel carbono, sendo a primeira via – na cor branca, destinada aos lançamentos no Livro Diário, a segunda via – na cor rosa, ao Razão da conta a débito e a terceira ao Razão da conta creditada, de cor amarela.
Porém, o avanço da informatização e o surgimento de novos sistemas, fez com que a datilografia torna-se demasiadamente obsoleta, sendo a principal causa para o abandono precoce do Sistema Ficha Tríplice.
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Sinônimos para Ficha Tríplice
Sistema Ficha Tríplice.
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Fontes de pesquisa e de referência
Para produzir esse conteúdo tivemos a ajuda dos seguintes autor(es) e publicações:
- BARBOSA, Silvino.; CAVALLARI, Edmundo M. Contabilidade Maquinizada – Sistema Ficha Tríplice. São Paulo : Tipografia Aurora, 1941.
- COZENZA, José Paulo; ROCCHI. Carlos Antônio de. Evolução da escrituração contábil: desenvolvimento e utilização do sistema ficha tríplice no Brasil. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 2-23, jan/abr., 2014.
Como citar esse artigo em seus trabalhos
Ficha tríplice. In: Dificio – seu dicionário on-line de finanças, investimentos e contabilidade. 2021. Disponível em: <https://www.dificio.com.br/ficha-triplice>. Acesso em: dia, mês e ano.
Silvino Barbosa foi meu tio, escreveu o livro com o sistema ficha triplice que foi ministrado em cursos de contabilidade, o Sr. Silvino faleceu cedo e, minha avo editava e comercializava os livros. Nos anos 60 meu pai criou a grafica para produzir os impressos que faziam parte do encarte que vinha no livro, a grafica fez esses impressos até 1993
Trabalhei de 1974 a 1979 em um Escritório de contabilidade em Maringá, do saudoso Sr. Ueda, um Piauiense que era professor da UEM e me ensinou a escrituração através da Ficha Tríplice.