Programa econômico adotado em 1933 pelo presidente norte-americano Franklin Roosevelt para combater os efeitos da Grande Depressão e refazer a prosperidade do país. O New Deal (Nova Política) seguiu, na prática, os ensinamentos que a reflexão teórica de Keynes produziria: baseou-se na intervenção do Estado no processo produtivo, por meio de um audacioso plano de obras públicas, com o objetivo de atingir o pleno emprego, o que contradizia toda a tradição liberal dos Estados Unidos. Dentro dessa orientação intervencionista, Roosevelt, segundo suas próprias palavras, decidiu enfrentar o problema da crise como se enfrenta uma guerra. Começou pelo controle do sistema financeiro do país, decretou o embargo do ouro e desvalorizou o dólar para favorecer as exportações. A nova política estendeu-se a todos os campos da atividade econômica. O incremento à produção industrial foi regulamentado pelo National Industrial Recovery Act — Nira (Lei de Recuperação da Indústria Nacional), que redefiniu também as relações entre patrões e empregados e estabeleceu o sistema de previdência social. Juntamente com o Nira, foi criada a National Recovery Administration (Administração de Recuperação Nacional), encarregada da aplicação e controle do programa industrial do governo. Esse órgão estatal induzia os empresários a estabelecer entre si acordos sobre preços, salários e programas de produção, visando à racionalização da economia. Os empresários que oferecessem resistência à orientação dada poderiam ter suas licenças cassadas. O controle estendeu-se à Bolsa de Valores e à subscrição das sociedades anônimas. Objetivando conseguir recursos para o Estado e redistribuir a renda, instaurou-se uma sobretaxa progressiva de 31% para as rendas anuais acima de 50 mil dólares e até de 75% para as que iam além de 5 milhões de dólares. O National Industrial Recovery Act determinou a redução das horas de trabalho sem diminuição do salário, procurando, assim, levar a uma maior absorção da mão de obra desempregada. Foi criado um salário mínimo nacional e decretada a liberdade de organização sindical e a convenção coletiva de trabalho. Instituiu-se o seguro social, em parte financiado pelos patrões. Para reanimar a construção civil e combater o desemprego, criou-se o programa da casa própria e aplicaram-se 500 milhões de dólares nos projetos do Civilian Conservation Corps, voltado para o reflorestamento e o combate a incêndios e inundações. Foi abolida a Lei Seca e incentivada a produção de vinho e cerveja com o objetivo de fomentar a produção agrícola mas especialmente de aumentar a arrecadação tributária do Estado. A política agrícola foi regulamentada pelo Agriculture Adjustement Act (AAA). O governo assumiu as dívidas dos pequenos proprietários e ofereceu facilidades de créditos e prêmios para os fazendeiros que se engajassem nas metas governamentais, comprometendo-se a comprar os produtos estocados. Processou-se também a eletrificação rural e muitos agricultores foram transferidos para áreas mais produtivas. A execução do New Deal contou com uma forte oposição dos industriais e dos setores conservadores da sociedade norte-americana, que denunciavam a intervenção do Estado na economia como um processo de socialização da vida nacional. No entanto, foi o programa de Roosevelt que fortaleceu e consolidou o sistema capitalista no país. Nos anos de sua aplicação, o grande capital passou por um intenso processo de desenvolvimento e concentração, enquanto as pequenas empresas eram eliminadas ou absorvidas. No final da década de 30, três companhias produziram 80% dos automóveis do país, enquanto outras três eram responsáveis pela produção de 60% do aço. Veja também Crise; Depressão Econômica; Dirigismo; Keynesianismo; Política Econômica; Roosevelt, Franklin Delano.