Economista francês da escola neoliberal, defensor de uma política econômica ortodoxa e do retorno ao padrão-ouro como moeda de referência internacional. Fez parte do grupo de neoliberais reunidos em torno do norte-americano Walter Lippman, que buscou a manutenção de uma ordem econômica derivada das livres decisões dos indivíduos e na qual o mecanismo dos preços asseguraria o equilíbrio. Para Rueff, a estabilidade financeira e monetária da economia deve ser garantida a qualquer custo, principalmente mediante o equilíbrio monetário, considerado a chave da ordem econômica contra os excessos da liberdade social, e a organização da concorrência, a fim de assegurá-la. Sustentou que a causa do desemprego permanente é, paradoxalmente, o seguro-desemprego. Comparando as curvas de desemprego, dos salários e dos preços, destacou que, quando os preços baixam, os salários nominais se mantêm fixos, os salários reais aumentam e o desemprego se agrava. Isso ocorreria porque os trabalhadores prefeririam receber um seguro-desemprego, que se mantém estável, a aceitar trabalhar por um salário reduzido em função da baixa dos preços. Colocou-se também contra Keynes na questão da transferência de crédito causada pelas reparações que a Alemanha teve de pagar no primeiro pós-guerra. Argumentou que essas transferências se acomodariam automaticamente, enquanto Keynes achava que elas desorganizariam o comércio internacional por se traduzir em grandes exportações. Defensor intransigente do padrão-ouro como moeda de referência internacional, Rueff considerava que o dólar, nessa função, era a causa de um desequilíbrio permanente do balanço de pagamentos dos Estados Unidos e, em consequência, uma grave ameaça para o sistema monetário e a economia mundiais. Rueff destacou-se como economista no pós-guerra e influiu no governo do general De Gaulle ao propor uma política monetária ortodoxa. Entre outras obras, publicou: Théorie des Phénomènes Monetaires (Teoria dos Fenômenos Monetários), 1927; Épitre aux Dirigistes (Epístola aos Dirigistas), 1949; L’Âge de L’Inflation (A Era da Inflação), 1963; e La Réforme du Système Monétaire International (A Reforma do Sistema Monetário Internacional), 1973.