Criptomoeda – moeda digital, descentralizada ou não, que usa avançados sistemas de criptografia para proteger as transações, suas informações e os dados de quem as transaciona.
Termo correspondente em inglês – Cryptocurrencies
Veja também – criptoativo, moeda digital e moeda.
Não entendeu nada? Sem problemas, explicamos tudo a você.
Afinal, o que é uma Criptomoeda?
Basicamente, um criptomoeda é um tipo de dinheiro – como outras moedas com as quais convivemos cotidianamente – com a diferença de ser totalmente digital, ou seja, são moedas que fisicamente não existem.
Você sabe que elas existem e são verdadeiras, mas não consegue pegá-las com as mãos – ou guardá-las na carteira, no cofre ou embaixo do colchão.
Apesar de serem semelhantes, as criptomoedas e o dinheiro fiduciário têm enormes diferenças entre si.
Entre essas diferenças podemos citar a emissão e o controle delas. Diferentemente de outros papéis-moeda, como o Real ou o Dólar, as criptomoedas não necessitam de um órgão ou governo responsável por controlar, intermediar e autorizar emissões de moedas, tampouco as transferências e outras operações. Quem faz isso são os próprios usuários por meio de blockchains.
Embora, governos podem se utilizar da tecnologia para emissão dessas moedas em seus respectivos países também.
Além disso, seu valor seu valor depende diretamente da confiança dos usuários e é definido com base na oferta e demanda, regidos pelo mercado e não por um órgão controlador.
Por ser digital, é possível enviá-las para qualquer lugar do mundo em questão de segundos. E o melhor de tudo, podemos fazer isso sem a necessidade de intermediários, como um banco – por exemplo.
Também como qualquer outra moeda, você pode trocá-las por bens e serviços, como fazemos hoje com as moedas e meios de pagamentos tradicionais.
Segundo o site Investing.com há mais de 5 mil criptomoedas atualmente sendo utilizadas!
Como surgiram as criptomoedas?
A ideia de criar uma moeda digital é antiga, e várias tentativas já ocorreram sem sucesso, como foi o B-Money de Wei Dai, HashCash de Adam Back ou Bitgold de Nick Szabo.
Sua origem é dada nos anos 80, quando o movimento Cypherpunk – grupo informal de pessoas interessadas em criptografia, estavam apostando no uso dessa tecnologia como um meio de mudança política e social.
Nos anos 90, David Chaum desenvolveu uma forma de dinheiro digital chamada Digicash. Era também um dinheiro eletrônico porém centralizado mas que permitiam realizar transações anônimas e seguras.
A primeira vez que a ideia de Bitcoin apareceu foi em agosto de 2008, quando o domínio “bitcoin.org” foi registrado.
Mas somente em 31 de outubro de 2008, no auge da crise financeira, que um programador desconhecido usando o pseudônimo de Satoshi Nakamoto anunciou ao mundo a criação da primeira criptomoeda bem sucedida no mundo, o Bitcoin.
Em uma mensagem enviada a uma lista on-line de discussão sobre criptografia, Nakamoto lançava sua ideia num “paper” intitulado “Bitcoin: um sistema de dinheiro eletrônico ponto-a-ponto”¹, onde descreveu o funcionamento e os principais conceitos por trás da sua invenção.
Em janeiro de 2009, três meses depois, Nakamoto lançou o código-fonte aberto ao público, do primeiro Bitcoin.
Aliás, Satoshi Nakamoto havia estabelecido duas regras fundamentais para o Bitcoin, em seu paper:
1) a circulação máxima de Bitcoins é de 21 milhões (unidades); e
2) a cada 4 (quatro) anos, a emissão da moeda deve diminuir pela metade.
Nessa lógica, a cada quatro anos a produção cairia pela metade – até chegar a zero, o que deve acontecer em 2140, quando 21 milhões de moedas terão sido emitidas.
HALVING | BLOCOS | RECOMPENSA ATIVA | BITCOINS EMITIDOS | ANO |
0 | 0 | 50 | 10500000,00000000 | 2008 |
1 | 210000 | 25 | 5250000,00000000 | 2012 |
2 | 420000 | 12,5 | 2625000,00000000 | 2016 |
3 | 630000 | 6,25 | 1312500,00000000 | 2020 |
4 | 840000 | 3,125 | 656250,00000000 | 2024 |
5 | 1050000 | 1,5625 | 328125,00000000 | 2028 |
10 | 2100000 | 0,04882813 | 10253,90625000 | 2048 |
15 | 3150000 | 0,00152588 | 320,43457031 | 2068 |
20 | 4200000 | 0,00004768 | 10,01358032 | 2088 |
25 | 5250000 | 0,00000149 | 0,31292439 | 2108 |
30 | 6300000 | 0,00000005 | 0,00977889 | 2128 |
34 | 7140000 | 0,00000000 | 0,00061118 | 2144 |
TOTAL DE BITCOINS | 20.999.999,99938880 |
Fonte: https://academy.bit2me.com/pt/quantos-bitcoins-pode-haver/
Criptomoedas são seguras?
Apesar de não ser uma moeda controlada por nenhuma instituição, as criptomoedas têm conquistado muitos adeptos nos últimos anos por causa de um sistema rígido e seguro, como o Blockchain.
Um dos pilares das criptomoedas é a criptografia: uma camada de segurança online que dificulta bastante qualquer tipo de fraude.
De forma bem simplificada, criptografia é um modo de embaralhar uma informação para que somente quem tem o código – também chamado de “chave” – consiga decifrá-la.
As criptomoedas usam avançados sistemas de criptografia – conjunto de técnicas que transformam dados em códigos, de difícil leitura para proteger as transações, suas informações e os dados de quem as transaciona. Tudo isso dentro de uma rede blockchain.
Dentro do blockchain, o sistema permite o envio e o recebimento de alguns tipos de informação pela internet. São pedaços de código gerados online que carregam informações conectadas, como blocos de dados que formam uma corrente – por isso o nome “corrente de blocos”. E em sistemas de criptografia porque é essa camada de segurança, garantida pelo blockchain, que possibilita a emissão e a transação de moedas virtuais de forma mais segura – quando feito de forma correta. É dessa tecnologia, inclusive, que vem o nome criptomoeda – moeda criptografada.
A falta de regulamentação das moedas digitais também pode ser um problema – e o próprio Banco Central do Brasil alerta sobre os riscos em seu site. Ataque de hackers, erros de servidor e perda da assinatura virtual são alguns dos riscos que podem acarretar na perda de todas as criptomoedas – e, consequentemente, de um alto valor financeiro.
Como são feitas as transações com criptomoedas?
Todas as transações com criptomoedas são virtuais. Bitcoins e as demais criptomoedas são transferidas de uma pessoa para outra, sem passar por nenhum tipo de intermediário ou banco.
O preço das criptomoedas seguem as mesmas regras de mercado: quanto maior a demanda, maior o valor.
As transações em criptomoedas são feitas por meio de um código, formado por números e letras, chamado de endereço Bitcoin ou endereço BTC. Cada endereço BTC tem de 26 a 35 caracteres alfanuméricos, que podem ser convertidos em códigos QR para facilitar o processo.
O código QR é uma espécie de código de barras em 2D que pode ser escaneado pela câmera dos smartphones.
Nas transações, tanto a identidade do comprador como a do vendedor são mantidas em sigilo por meio de criptografia, sistema que codifica as mensagens enviadas pela rede para assegurar a integridade da informação.
Esses dados são codificados apenas quando chegam ao destinatário correto. Porém, toda transação fica registrada em uma rede, conhecida como Blockchain, de forma pública e vitalícia.
Esse processo tem o intuito de evitar fraudes no processo. Por isso, qualquer transação feita em criptomoeda não pode ser cancelada e é rastreável.
¹ Originalmente “Bitcoin: a peer-to-peer electronic cash system“.
Voltar para o dicionário (página inicial).
Comunicar erros
Achou algo errado? Avise-nos deixando uma mensagem aqui nos comentários ou usando esse formulário.
Fontes de pesquisa e de referência
- https://blog.nubank.com.br/o-que-e-criptomoeda/
- https://www.remessaonline.com.br/blog/o-que-sao-criptomoedas-2
Como citar esse artigo em seus trabalhos
Criptomoeda. In: Dificio – seu dicionário on-line de termos de finanças, investimentos e contabilidade, 2022. Disponível em: <https://www.dificio.com.br/criptomoeda>. Acesso em: dia, mês e ano.