A curva de demanda quebrada é um conceito da teoria do oligopólio que procura explicar a relativa rigidez dos preços diante da queda da demanda, como aconteceu durante os anos de depressão na década de 1930. A situação supõe a existência de um “polipólio imperfeito”, isto é, um mercado onde existem oligopólios no qual poucas empresas produzem produtos similares, mas não idênticos. A origem desta concepção encontra-se em Richard Kahn, que em 1929 elaborou as primeiras abordagens a respeito, posteriormente (1939) desenvolvidas por Paul Sweezy, R. Hall e C. Hitch. O que acontece quando uma firma eleva ou reduz seu preço procurando aumentar seus lucros ou ampliar sua fatia de mercado? De acordo com a curva de demanda quebrada, se uma empresa eleva seu preço as demais não a acompanharão, pois existirá uma oportunidade de aumentar a fatia de mercado à custa da empresa que elevou seu preço. Mas se uma empresa reduzir seus preços, ela deverá supor que as demais seguirão o mesmo caminho para não perderem sua participação no mercado. O gráfico a seguir mostra a curva de demanda rr. Esta é a curva de demanda de uma firma, isto é, como ela percebe sua situação de mercado se as demais não alterarem seus preços e ela efetuar uma redução nos seus. Para a empresa que reduziu seus preços o ganho de participação de mercado seria mais do que proporcional se seus custos fossem inferiores à média, o que acontece com as empresas mais eficientes. Em outras palavras, ela maximizaria seu lucro, pois sua curva de receita marginal cruzaria a curva de custo marginal em um nível de produção maior. No entanto, isto somente aconteceria se as demais empresas não reduzissem também seus preços. Se isso ocorresse, a redução de preços da primeira empresa não proporcionaria a ela a maximização de seus lucros, pois as curvas de receita marginal e custo marginal se cruzariam no mesmo nível de produção anteriores, uma vez que cada uma conservaria sua participação no mercado. Nesse caso, a curva de demanda seria representada por RR. Para a empresa individual, a curva de demanda seria então a representada pela linha quebrada WYZ, e todas operariam num grau inferior à utilização máxima de todos os seus recursos produtivos. O gráfico abaixo mostra estes movimentos.
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Em 1947 Stigler, apoiado em dados empíricos, mostrou que o comportamento dos oligopólios no mercado era bem diferente do suposto pela curva de demanda quebrada. Em primeiro lugar, nem sempre a empresa que aumentou seus preços deixa de ser acompanhada pelos demais. Isso pode ocorrer devido a uma série de fatores, inclusive elevação de custos para o conjunto de empresas que participam do mercado. Além disso, se o mercado tiver uma empresa líder, tanto as elevações de preço como reduções que ela efetuar serão seguidas pelas demais, o que faria a curva de demanda quebrada voltar a sua forma original. É necessário salientar que esta abordagem que procura estabelecer por que os preços são estáveis em determinadas conjunturas não pretende ser uma teoria geral do nível de preços, e sim explicar um caso particular. Sua importância diminuiu bastante com o início de uma era no pós-guerra quando a inflação se encarregou de alterar os preços para cima e estes perderam sua estabilidade. Veja também Kahn, Richard.
CURVA DE DEMANDA QUEBRADA