Política financeira de estímulo à indústria, adotada por Rui Barbosa quando ministro da Fazenda (novembro de 1889 a janeiro de 1891), após a proclamação da República. Baseava-se no incremento do meio circulante com a criação de bancos emissores (tendo como lastro não libras-ouro, mas títulos da dívida pública), cujos empréstimos teriam de ser aplicados apenas no financiamento de novas empresas industriais (e não na agricultura). Por isso, incentivou-se intensamente a criação de sociedades anônimas, concitando-se o público a investir seu capital na indústria e no comércio. Com créditos, garantias oficiais e um ambiente psicológico favorável, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro entrou em intensa atividade e a política do ministro foi popularmente identificada com o encilhamento dos cavalos logo antes da largada na pista dos hipódromos, quando a atividade dos apostadores se torna frenética. As ações em alta rápida e constante faziam a fortuna de uma infinidade de especuladores. Surgiram com isso numerosas empresas inexequíveis e mesmo fictícias. O investimento especulativo na Bolsa tornou-se um fim em si mesmo e não o que imaginava Rui Barbosa, esperançoso de ver esse dinheiro empregado de fato em atividades industriais produtivas. O resultado foi uma desenfreada espiral inflacionária e de falências. Esses efeitos negativos foram politicamente usados pelos inimigos de Barbosa, localizados sobretudo na cafeicultura e nas firmas importadoras, cujos interesses o ministro contrariara. Rui Barbosa procurara responder às necessidades do mercado nacional, que contava naquela altura com grande contingente de imigrantes e, em certa medida, fora ampliado também com os negros libertos. Seu projeto objetivava ainda limitar os privilégios dos cafeicultores, que não pagavam impostos territoriais e eram beneficiados por um sistema cambial fixo que transferia para o conjunto da população os prejuízos causados pelas baixas dos preços do café. Veja também Barbosa, Rui de Oliveira.