Conceito desenvolvido por John Stuart. Mill que representa sua visão sobre o que a sociedade poderia e deveria se tornar. Nele aparecem os seus valores e suas expectativas em relação à humanidade e suas possibilidades. Em relação aos valores, Mill não considerava o objetivo de enriquecer e de ultrapassar os seus vizinhos na competição por melhorar a sua condição material como a finalidade da vida ou como uma condição que tornaria o homem mais digno. Ele até admitia que a busca de riqueza e a competição cumpririam a importante função de manter as energias humanas em atividade enquanto os homens não atingissem um nível de desenvolvimento moral e intelectual que permitisse que fossem estimulados por objetivos mais elevados: “(…) enquanto as mentes são grosseiras [coarse], elas precisam de estímulos grosseiros [coarse], e deixe que os tenha”. No entanto, deixa transparecer desprezo por esses valores e a vontade de ver essa etapa desagradável do progresso industrial suplantada por algo melhor. A condição ideal para o desenvolvimento humano seria, no seu entender, uma na qual “ao mesmo tempo em que ninguém é pobre, ninguém deseja ser mais rico(…)”. E esse ideal seria inteiramente compatível com o Estado Estacionário de riqueza. Mill chega ao extremo de advogar que a sociedade deveria antecipar a chegada ao (de qualquer forma inevitável) Estado Estacionário – ou seja, cessar voluntariamente o aumento de riqueza. Segundo ele, de nada adiantava aumentar a riqueza de um país se – por conta de aumento descontrolado da população, instituições injustas ou de qualquer outro fator – esse aumento não redundasse em melhorias no bem estar da população em geral. E era justamente o que J.S. Mill avaliava ter ocorrido até então no seu país. Para ele, o enorme progresso tecnológico e de riqueza observado até sua época apenas permitiu a “uma população maior viver a mesma vida penosa e sem liberdade, e a um número maior de manufatores e outros fazerem fortunas”. E, ele, não via vantagens em continuar nessa trajetória. Aumentar a riqueza, no seu entender, não deveria ser mais uma prioridade em países ricos como a Inglaterra. O que se fazia necessário era conquistar a estabilidade demográfica – pré- requisito para qualquer progresso duradouro – e melhorar a distribuição da riqueza existente, fazendo com que, por fim, a condição da grande massa da população pudesse ser sensivelmente melhorada. Veja também, Mill, John Stuart.