Pensador inglês, de linha anarquista idealista. Pastor protestante, aderiu ao ateísmo por influência dos enciclopedistas franceses e desenvolveu uma filosofia social inspirada em Rousseau. Tornou-se conhecido com a obra Enquiry Concerning the Principles of Political Justice (Investigação Sobre os Princípios de Justiça Política), 1793, na qual ataca firmemente o governo (atribui-se a ele a frase “Todo governo, mesmo o melhor, é um mal”), a família (sua mulher, Mary Wollstonecraft, foi a primeira teórica do feminismo) e a propriedade privada. Para Godwin, a única propriedade legítima é a que resulta de uma distribuição das coisas segundo as necessidades de cada um. Apontava os governos como os principais responsáveis pela manutenção do estatuto da propriedade privada, do direito de herança e de todas as consequentes desigualdades sociais. Não defendeu a derrubada violenta dos governos, acreditando que eles pudessem ser naturalmente dissolvidos pelo desenvolvimento dos homens e da sociedade. Considerava que o homem é produto do meio e poderia atingir a perfeição por intermédio da razão e da compreensão mútua. A crítica desse otimismo de Godwin foi um dos pontos de partida para a teoria econômica de Malthus.