Economista austríaco de linha marxista que desenvolveu uma teoria do colapso do sistema capitalista a partir da escassez da mais-valia e da expansão do capital, provocando controvérsias entre os teóricos marxistas na década de 30. Sua teoria é elaborada no livro Das akkumulations und Zusammenbruchsgesetz des kapitalistischen System (A Lei da Acumulação e do Colapso do Sistema Capitalista), 1929. Baseia-se num esquema abstrato de reprodução desenvolvido por Otto Bauer, em que a taxa de crescimento da força de trabalho é estabelecida em 5%, a taxa de mais-valia em 100% e a do capital constante em 10% ao ano, duas vezes maior que a do capital variável. Grossmann extrapola esse esquema abstrato para um período de 35 anos, no fim dos quais, segundo ele, haveria uma escassez de mais-valia para a acumulação do capital, com o consequente desmoronamento do sistema. Várias críticas foram feitas à teoria do colapso de Grossmann. A principal delas é que seu esquema, aplicado mecanicamente, torna a taxa de acumulação de capital dependente da taxa do crescimento da população (que é estabelecida numa cifra muito alta) e na suposta necessidade de que o capital constante aumente duas vezes mais que o capital variável. E que, além disso, a teoria ignora a relação entre a produção e o consumo (o problema da realização) e o significado da taxa decrescente de lucro. Grossmann escreveu também sobre a teoria dos ciclos econômicos e foi professor nas universidades de Frankfurt e Leipzig. Publicou ainda Simonde de Sismondi et Ses Théories Économiques (Simonde de Sismondi e Suas Teorias Econômicas), 1924, e o artigo “The Evolucionist Revolt against Classical Economics” (A Revolta Evolucionista contra a Economia Clássica), 1943.