Prática predatória que governos estaduais e municipais tem empregado no Brasil para atrair investimentos, criar empregos e gerar renda em sua região. Os incentivos proporcionados a investidores nacionais e especialmente estrangeiros vão desde a isenção de impostos e taxas – como o ISS, o IPTU etc. – à doação de terrenos dotados de infraestrutura, a concessão de financiamentos com juros subsidiados até a própria construção das instalações da empresa com recursos públicos. Por tratar-se de um jogo do tipo perde-perde pela quantidade de recursos transferidos ao setor privado somados aos que se deixa de arrecadar traz prejuízos absolutos no plano macroeconômico. Se esta pratica for adotada por um município os vizinhos serão levados a oferecer vantagens ainda maiores e os investidores privados sairão ganhando por tirarem proveito dessa disputa. Um dos exemplos mais emblemáticos é o da montadora Ford, que após uma série de exigências feitas pelo governo do Rio Grande do Sul resolveu instalar-se no estado da Bahia uma vez que ali eram oferecidas expressivas vantagens fiscais. Embora a instalação de uma empresa em determinada área aumente a oferta de empregos nas redondezas, a indústria moderna é capital intensiva e utiliza pouca mão de obra em relação ao capital investido. Assim, cada emprego criado no setor privado exige dos governos desembolsos vultosos que se fossem utilizados diretamente na saúde, na educação ou mesmo na construção de moradias populares poderiam criar um número bem maior de empregos. Em 2008 dos cerca de 48% dos 5.576 municípios existentes no Brasil concediam algum tipo de incentivo fiscal, de crédito subsidiado ou de doação de terreno a empresas nacionais e/ou estrangeiras.