Solução proposta pelo matemático Daniel Bernoulli, durante o século XVIII, ao Paradoxo de São Petersburgo. O problema consistia em explicar por que os indivíduos se negavam a apostar somas muito elevadas no seguinte jogo: lança-se uma moeda até que dê, por exemplo, coroa. Se der coroa no segundo lançamento, o jogador recebe 22 unidades (monetárias) como prêmio. Se der coroa no terceiro lançamento, o prêmio será equivalente a 23 unidades monetárias. Se der coroa no quarto lançamento, o prêmio será 24, e assim sucessivamente. A soma das probabilidades da ocorrência de prêmios seria a unidade, mas, para um número infinito de lançamentos, o valor esperado de prêmios é infinito. Dessa forma, seria lógico esperar que os jogadores apostassem grandes somas de dinheiro nesse jogo. Para explicar por que isso não acontecia, Bernoulli argumentava que os jogadores estavam menos interessados na recompensa monetária do que na utilidade de tal recompensa. Assumindo a hipótese da utilidade marginal decrescente da renda (antecedendo portanto o pensamento dos economistas marginalistas do século XIX), Bernoulli mostrou que, embora o jogo tivesse um valor esperado do prêmio infinito, tinha um valor esperado finito da utilidade. A hipótese é, portanto, de grande interesse como a primeira tentativa de substituir a maximização da utilidade por algum objetivo de ganhos monetários inferiores num contexto de risco e incerteza. Veja também Bernoulli, Família; Paradoxo de Allais.