Política de dominação territorial e/ou econômica de uma nação sobre outras. O conceito passou a ser difundido em fins do século XIX, com a expansão econômica e política da Grã-Bretanha. Na época, representava o desejo de cada uma das nações mais desenvolvidas de adquirir, administrar e explorar economicamente territórios menos avançados, com a finalidade principal de comércio, mas algumas vezes para eliminar um risco estratégico em sua competição mútua. Atualmente, os termos “imperialismo econômico”, “neocolonialismo” e “dependência” são comumente usados para definir as relações econômicas dos países desenvolvidos com os países pobres. Para o pensamento de orientação liberal, o imperialismo constitui uma política expansionista de grandes potências industriais que poderia ser evitada. Já para o pensamento de orientação marxista, o imperialismo é uma fase inevitável do desenvolvimento da economia capitalista, devido à própria natureza dessa economia. O inglês J.A. Hobson, um dos primeiros autores a estudar as características econômicas dessa política em Imperialismo (1902), vinculou-a às exportações de capitais e à conquista de fontes de matérias- primas e mercados. Para J.A. Schumpeter (Imperialismoe Classes Sociais, 1919-1927), a política imperialista não tem relação com a natureza do capitalismo, por essência pacifista, mas com um impulso atávico de luta, próprio de estruturas e camadas sociais pré-capitalistas, que não poderiam existir sem guerras e conquistas territoriais. Hilferding em O Capital Financeiro (1910), Bukhárin em A Economia Mundial e o Imperialismo (1915) e principalmente Lênin em O Imperialismo,Etapa Superior do Capitalismo definiram o capital financeiro como a fusão do capital bancário com o capital industrial, o que marcaria a passagem do capitalismo de livre-concorrência para o capitalismo dos monopólios. Nessa fase ocorreria a formação de grandes excedentes de capitais nos países industriais adiantados, capitais esses que precisariam ser exportados, tornando a exportação de capitais mais importante que a exportação de mercadorias. Outras características do imperialismo seriam a necessidade das grandes potências de garantir mercados e fontes de matérias-primas e a luta — até mesmo por meio de guerras — pela repartição territorial das esferas de influência e das áreas coloniais e semicoloniais. Lênin partiu das teses econômicas de Marx em O Capital e desenvolveu os estudos empíricos e teóricos de J.A. Hobson e Hilferding, afirmando que o imperialismo não é uma política eventual, mas faz parte da natureza da evolução do próprio capitalismo. Uma atualização da teoria marxista sobre o imperialismo, estudado sob o aspecto da grande empresa norte- americana, foi feita por Paul Baran e Paul Sweezy em O Capitalismo Monopolista (1966). Veja também Capitalismo; Colonialismo; Comércio Internacional; Dependência; Monopólio; Multinacionais; Subdesenvolvimento.