Índice Big Mac – oficialmente Big Mac Index, é um indicador calculado sobre o preço do Big Mac, da rede de fast food McDonald’s, em mais de cem países.
Termo correspondente em inglês – Big Mac Index
Veja também – Cassel, Gustav; Paridade do Poder de Compra; The Economist e Câmbio (taxa de).
Afinal, o que é o Índice Big Mac?
Já pensou na possibilidade de um sanduíche ser utilizado como referência na comparação do poder de compra entre inúmeros países do mundo?
Talvez isso nunca tenha passado pela sua cabeça, não é mesmo?! Afinal, imaginar um índice relacionado a um dos hambúrgueres mais famosos do mundo é algo que pode parecer loucura para a maioria, mas não é.
Na verdade, o chamado Big Mac Index ou Índice Big Mac existe e, é largamente utilizado em mais de 100 países do mundo como um indicador do poder de compra das principais moedas mundiais, tendo como referencial o preço do sanduíche homônimo produzido igualmente – usando-se as mesmas matérias-primas e vendido praticamente em todo o mundo.
Nesse sentido, o hambúrguer bastante conhecido do McDonald’s, rede de fast food norte-americana espalhada pelo mundo afora, substitui a chamada cesta de mercadorias, que é tradicionalmente utilizada pelos economistas para mensurar as distorções nos preços ao consumidor.
Como a própria nomenclatura sugere, o índice utiliza o valor do Big Mac para calcular a quantidade que uma pessoa pode comprar desse alimento com o salário mínimo de uma determinada nação, por exemplo.
Criado em 1986 pela revista The Economist, de Londres, suas variações mensais podem refletir alterações de custos e aumentos ou perdas de eficiência em cada economia na produção dos componentes que entram na composição nessa peça básica das unidades do fast-food.
A União dos Bancos Suíços tem uma versão do índice relacionada com o poder de compra, comparando quanto tempo de trabalho necessita o assalariado médio para comprar um Big Mac.
Em 1997, os pontos extremos eram: duas horas para o caso de um assalariado em Caracas (Venezuela) e nove minutos para um trabalhador em Tóquio (Japão).
Recapitulando o conceito de Paridade do Poder de Compra (PPC)
A Paridade do Poder de Compra, também conhecida pela sigla PPC, é um indicador responsável por comparar as variadas moedas existentes ao redor do mundo. Dessa forma, ela mede o valor real de cada uma dessas moedas frente ao objetivo final: a compra.
De maneira mais objetiva, ela mensura o poder de compra de uma moeda em relação a outra. Além disso, é importante dizer que a Paridade do Poder de Compra também pode servir como base para o Produto Interno Bruto (PIB), renda per capita ou índices de preços calculados para medir a inflação.
O Banco Mundial, por exemplo, é uma das instituições que calcula a Paridade do Poder de Compra como índice de referência para a comparação da produtividade e crescimento das economias.
Por que a escolha do Big Mac?
Voltando à temática central deste artigo, provavelmente, você se perguntou o motivo de um índice tão importante ter como parâmetro o Big Mac. Mas, segundo os especialistas, na teoria, o preço de um simples sanduíche pode representar inúmeros fatores econômicos do local.
A explicação é que o hambúrguer tem os ingredientes padronizados, assim como o processo de produção, o que facilita a comparação do poder de compra. Além disso, o valor dos ingredientes é diferente em cada localidade, assim como os custos da produção e publicidade.
Seguindo uma lógica, o Big Mac deveria ser vendido pelo mesmo preço nas demais nações, de acordo com a cotação do Dólar. Entretanto, isso acaba não sendo uma regra por conta dos fatores econômicos e os custos de vida que variam de país para país.
Qual a metodologia do cálculo?
Agora que já explicamos o conceito e alguns outros detalhes sobre o Índice Big Mac, é fundamental compreender como o cálculo é feito para medir a Paridade do Poder de Compra (PPC) de um país.
Em suma, ele é resultado da divisão do preço de um sanduíche em uma determinada nação pelo preço do mesmo em outro país. Tudo isso utilizando as respectivas moedas de cada local e chegando a uma taxa de câmbio.
Em seguida, a taxa de câmbio é comparada à taxa de câmbio oficial entre as duas moedas em questão. A partir disso, será possível entender se alguma dessas moedas está desvalorizada ou supervalorizada, levando em consideração a Teoria do Poder de Compra.
Elucidando a fórmula utilizada para calcular o índice, temos:
Preço Big Mac no país 1
Índice Big Mac = ————————————————————— – 1
Preço do Big Mac no país 2 X taxa de câmbio
Imagine que o Big Mac custa US$5 nos Estados Unidos e no Brasil ele custa R$20. Se a taxa de câmbio é de 1 dólar para cada 5 reais, ao comparar com a taxa de câmbio real, é possível reparar que 1 dólar custa mais que 4 reais. Sendo assim, o real estaria desvalorizado frente a moeda norte-americana.
Uma outra alternativa de encontrar o poder de compra utilizando o índice é por meio da conversão do valor do Big Mac à mesma moeda, ou seja, o dólar. Dessa forma, percebe-se que o hambúrguer custaria uma média de US$5 no Brasil, o que demonstra que o poder de compra é inferior ao dos estadunidenses.
Índice Big Mac para o Brasil
De acordo com a revista The Economist, os resultados do mês de julho de 2021 indicaram que a moeda brasileira (real) estava desvalorizada em 22,8%. Caso a taxa de câmbio estivesse em R$4,05 a cada dólar, o Big Mac seria vendido pelo mesmo valor nos Estados Unidos ou no Brasil.
Na tabela abaixo, você pode acompanhar os resultados publicados nos últimos anos, confira:
Data de divulgação | Preço Big Mac nos Brasil | Preço Big Mac nos EUA | Paridade de equilíbrio | Taxa de câmbio (para cada dólar) | Índice Big Mac |
Julho/2021 | R$22,90 | US$5,65 | 4,05 | R$5,25 | -22,8% |
Janeiro/2021 | R$21,90 | US$5,66 | 3,87 | R$5,50 | -29,6% |
Julho/2020 | R$20,90 | US$5,71 | 3,66 | R$5,34 | -31,5% |
Janeiro/2020 | R$19,90 | US$5,67 | 3,51 | R$4,14 | -15,3% |
Julho/2019 | R$17,50 | US$5,74 | 3,05 | R$3,81 | -19,9% |
Janeiro/2019 | R$16,90 | US$5,58 | 3,03 | R$3,72 | -18,5% |
Julho/2018 | R$16,90 | US$5,51 | 3,07 | R$3,84 | -20,1% |
Janeiro/2018 | R$16,50 | US$5,28 | 3,13 | R$3,23 | -3,2% |
Julho/2017 | R$16,50 | US$5,30 | 3,11 | R$3,23 | -3,7% |
Janeiro/2017 | R$16,50 | US$5,06 | 3,26 | R$3,22 | +1,1% |
Julho/2016 | R$15,50 | US$5,04 | 3,08 | R$3,24 | -5,1% |
Janeiro/2016 | R$13,50 | US$4,93 | 2,74 | R$4,02 | -32,0% |
Como é possível observar acima, o Índice Big Mac é medido a cada seis meses e o compilado pode ser acessado na página oficial da The Economist. A próxima análise será realizada em 2022, no mês de janeiro.
País com Big Mac mais caro do mundo
Como vimos até aqui, o valor do Big Mac não segue um padrão e, por isso, é possível encontrar dos mais caros aos mais baratos, ao percorrer os países.
Quando o assunto é a nação detentora do hambúrguer mais caro do mundo, a Suíça aparece no topo da lista. Isso porque o Big Mac custa cerca de 6,50 francos suíços, enquanto nos Estados Unidos ele é vendido por US$5,74. A taxa de câmbio aplicada era de US$1,13, o que demonstra que a moeda suíça está supervalorizada em 14%.
Sendo assim, o país europeu é o que vende o Big Mac mais caro quando comparado às demais nações.
País com Big Mac mais barato do mundo
Assim como existe o Big Mac mais caro do mundo, há também o mais barato de todos. De acordo com as pesquisas feitas em relação ao Big Mac Index, no mês de junho de 2019, o hambúrguer mais em conta estava em circulação na Rússia.
Em média, o fast-food é vendido por 130 russos, enquanto nos Estados Unidos custa US$5,74. Portanto, fica visível que a moeda russa se encontrava desvalorizada, cerca de 64,5%, quando comparada à moeda norte-americana (dólar).
Quem é a The Economist?
Falada anteriormente ao longo deste texto, a The Economist, apesar de se intitular como jornal, é veiculada em formato de revista de notícias impressa. Ela é de origem inglesa, com sede na cidade de Londres, no Reino Unido, e fica responsável por divulgar notícias e assuntos internacionais na categoria de política e economia.