Certificado que atesta a aplicação permanente de padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente, o que é indispensável para participar do mercado internacional. A origem da ISO 9000 remonta a 1987, quando, diante da enorme proliferação de normas para a fabricação de produtos industriais, a ISO — International Organization for Standardization (Organização Internacional para a Normalização) estabeleceu o Comitê Técnico TC/176 — Garantia de Qualidade, com a finalidade de analisar criticamente as diversas normas existentes e consolidar seus diversos conteúdos. As normas resultantes dessa análise foram denominadas ISO 9000 e adotaram a maioria dos elementos contidos nas normas inglesas identificadas pela sigla BS 5.750 — 1979. No mesmo ano, a Comunidade Europeia adotou a ISO 9000 com a designação de série EN-29.000. No Brasil, elas correspondem à série NBR-19.000. Em 1995, já existiam quase cem países com participação no comitê da ISO, sendo que o Brasil é representado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Na realidade, desde que os grandes compradores mundiais começaram a exigir garantias dos padrões de qualidade para os produtos que estavam adquirindo, a normalização dos padrões utilizados por cada país se impôs não só como uma necessidade técnica, mas também econômica. A tendência ao global sourcing, isto é, à globalização dos fornecedores, acelerou ainda mais a adoção de normas de qualidade que fossem aceitas mundialmente. Os setores relacionados com segurança, como o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, cujos fornecedores contam-se aos milhares em vários países do mundo, a indústria de energia nuclear, os produtores de equipamentos médicos e os produtores de petróleo foram os primeiros que, ao exigir normas muito rígidas de qualidade, impulsionaram a adoção das normas ISO. Embora, para muitos, a imposição do certificado de qualidade tenha significado, num primeiro momento, quase uma barreira não tarifária que inviabilizava a entrada de certos produtos em determinados mercados, com a generalização do processo de certificação, o selo da ISO passou a ser um verdadeiro passaporte de entrada nos mercados mais exigentes. A série ISO 9000 é formada basicamente por três normas contratuais: ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003, voltadas especialmente para a indústria, e duas normas com diretrizes para a elaboração de sistemas de qualidade, ISO 9004-1 e ISO 9004-2, versão para serviços. A certificação das normas ISO 9000 geralmente requer a intervenção de uma empresa especializada em auditorias e credenciada por organismos oficiais de credenciamento. Essas auditorias são geralmente rigorosas, pois embora as normas ISO da série 9000 sejam suficientemente abrangentes, respeitando a trajetória e o tamanho da empresa que requer a certificação, não existe flexibilidade no que se relaciona ao problema da consistência e coerência entre o sistema documentado e o implementado. A utilização das normas ISO da série 9000 geralmente envolve três elementos: 1) o cliente comprador, que exige uma demonstração de que o fornecedor está utilizando sistemas de qualidade de acordo com as normas ISO 9000; 2) o fornecedor que necessita seguir as normas ISO 9000 em sua(s) própria(s) unidade(s); 3) os fornecedores do fornecedor (ou os subcontratados) que necessitam demonstrar a este último que estão adotando sistemas de qualidade na produção de seus produtos com as normas ISO 9000. Uma vez obtida a certificação, a tendência é que uma empresa só adquira produtos e/ou serviços de empresas também certificadas pelas normas ISO 9000. Especialmente para os exportadores, que necessitam colocar seus produtos em mercados altamente competitivos e onde a qualidade é pré-requisito básico, a ausência da certificação pode representar a perda de contratos de grande valor. No Brasil até o final de 1995, mais de mil empresas já haviam obtido a certificação das normas ISO 9.000.