(1910-2003). Economista norte-americano, especialista em estrutura financeira. Em seus estudos, enfatizou o papel dos países que emprestam dinheiro como última fonte de recursos, desenvolvendo a teoria de que os Estados Unidos funcionam como um banco, intermediando a condução do sistema financeiro internacional e provendo o mundo ocidental com liquidez. Kindleberger também elaborou estudos sobre o balanço de pagamentos dos países como reflexo do nível de desenvolvimento de suas economias e da estrutura de suas atividades. Dentro dessa perspectiva, pesquisou a evolução dos fatores de troca do comércio internacional e as causas do desequilíbrio estrutural dos balanços de pagamentos. Segundo Kindleberger, esse desequilíbrio não pode ser analisado em termos puramente monetários, e sim dos produtos, e poderia resultar de diversos fatores: a modificação da demanda internacional, mudança de técnica ou um fato institucional (tarifas aduaneiras), alteração da oferta nacional (perda de safras, por exemplo) ou perda de rendas no exterior. Em todos esses casos, o desequilíbrio só poderia ser resolvido por transformações na estrutura econômica e por esforço de adaptação e inovação. O desequilíbrio no balanço de pagamentos poderia ainda ser provocado no plano dos fatores de produção. Seria o caso de uma economia dualista na qual os salários fossem mais elevados no setor de exportação do que nos setores industriais domésticos, e os investimentos da área da exportação não fossem absorvidos pelo conjunto da economia, conduzindo a uma grave inflação. E haveria ainda um “desequilíbrio secular” quando, num país tomador de empréstimos, o capital proveniente do exterior fosse insuficiente para financiar o excedente de importação, ou, no caso contrário, quando as exportações de capital fossem inferiores à poupança do excedente de investimento. Nesses casos, as relações entre poupança e investimento devem ser modificadas pela política monetária ou fiscal. Kindleberger foi durante vários anos professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Escreveu, entre outras obras: International Short-term Capital Movements (Movimentos Internacionais de Capital de Curto Prazo), 1937; Economic Growth in France and Britain, 1851-1950 (Crescimento Econômico na França e na Inglaterra, 1851-1950), 1964; The World in Depression, 1929-1939 (O mundo em Depressão, 1929-1939); Manias, Panic and Crashes (Manias, Pânico e Quebras), 1978; e International Money (Dinheiro Internacional), 1981.