Doutrina econômica que caracteriza o período histórico da Revolução Comercial (séculos XVI-XVIII), marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação dos Estados Nacionais. Defende o acúmulo de divisas em metais preciosos pelo Estado por meio de um comércio exterior de caráter protecionista. Alguns princípios básicos do mercantilismo são: 1) o Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em detrimento de seus vizinhos e colônias; 2) a riqueza da economia nacional depende do aumento da população e do incremento do volume de metais preciosos no país; 3) o comércio exterior deve ser estimulado, pois é por meio de uma balança comercial favorável que se aumenta o estoque de metais preciosos; 4) o comércio e a indústria são mais importantes para a economia nacional que a agricultura. Essa concepção levava a um intenso protecionismo estatal e a uma ampla intervenção do Estado na economia. Uma forte autoridade central era tida como essencial para a expansão de mercados e para a proteção dos interesses comerciais. O mercantilismo era constituído de um conjunto de concepções desenvolvidas na prática por ministros, administradores e comerciantes, com objetivos não só econômicos como também político- estratégicos. Sua aplicação variava conforme a situação do país, seus recursos e o modelo de governo vigente. Na Holanda, o poder do Estado era subordinado às necessidades do comércio, enquanto na Inglaterra e na França a iniciativa econômica estatal constituía o outro braço das intenções militares do Estado, geralmente agressivas em relação a seus vizinhos. O mercantilismo inglês foi reforçado pelo Ato de Navegação de 1651. Os mercantilistas, limitando sua análise ao âmbito da circulação de bens, aprofundaram o conhecimento de questões como as da balança comercial, das taxas de câmbio e dos movimentos de dinheiro. Entre os principais representantes da doutrina estão os ingleses Thomas Mun e Josiah Child, os franceses Barthélemy de Laffemas e Antoine de Montchrestien (ambos seguidores de Colbert na época de Henrique IV) e o italiano Antonio Serra. Veja também Revolução Comercial.