Teoria que propõe que a taxa de câmbio entre duas moedas se encontra em equilíbrio quando o poder de compra interno das moedas é equivalente ao da taxa de câmbio. Assim, por exemplo, se 1 libra inglesa equivale no câmbio a 4 dólares, as duas moedas estariam em equilíbrio se 1 libra comprasse os mesmos bens na Inglaterra que os 4 dólares nos Estados Unidos.
A Paridade do Poder de Compra (PPP) é uma teoria antiga cujas origens remontam à Escola de Salamanca (século XVI) e aos escritos de Gerard Malynes que apareceram em 1601 na Inglaterra. Foi, no entanto, o economista sueco Gustav Cassel quem formalizou e popularizou a teoria, no começo do século XX. Por este motivo a PPP geralmente é associada ao nome deste economista.
Essa teoria foi proposta em 1916 pelo economista sueco Gustav Cassel, que pretendia explicar as variações de câmbios internacionais entre os países em função do poder aquisitivo de suas moedas. O mecanismo básico implícito na teoria é que, se houver completa liberdade de ação — se 4 dólares compram mais bens nos Estados Unidos do que 1 libra na Inglaterra —, será mais rentável converter libras em dólares e comprar nos Estados Unidos e não na Inglaterra. Com isso, haveria uma mudança na demanda, o que aumentaria os preços nos Estados Unidos, baixando-os na Inglaterra. Ao mesmo tempo diminuiria a taxa de câmbio da libra, até ser restabelecida uma situação de equilíbrio e paridade entre as duas moedas. Cassel interpreta sua teoria em termos de mudanças nos preços e nas taxas de câmbio dos países, argumentando que a queda nos mercados externos de câmbio após a Primeira Guerra Mundial devia-se à inflação provocada pelos orçamentos desequilibrados, que aumentaram a quantidade de dinheiro em circulação. Entretanto, na prática, essa teoria tem pouca ou nenhuma validade, uma vez que as taxas de câmbio das moedas, que são determinadas pela oferta e demanda das moedas nos mercados externos de câmbio, estão relacionadas com outras variáveis, como o desequilíbrio no balanço de pagamentos, transações de capital, especulação financeira e políticas governamentais. Além disso, muitos bens e serviços não entram no comércio internacional; desse modo, seus preços relativos não são levados em conta na determinação da taxa de câmbio das moedas. Assim, é impossível medir satisfatoriamente o poder de compra relativo da moeda de um país em relação ao outro, devido à dificuldade em determinar o preço médio de uma combinação apropriada de bens e serviços. Isso significa que comparações internacionais de qualidade de vida, por exemplo, baseadas nas taxas de câmbio dos diferentes países, devem ser interpretadas com muito cuidado. Veja também Índice Big-Mac.