Em sentido amplo, o conceito expressa a relação de troca de um bem por outro. Em sentido mais usual e restrito, representa a proporção de dinheiro que se dá em troca de determinada mercadoria, constituindo, portanto, a expressão monetária do valor de um bem ou serviço. No sistema econômico da livre-empresa, os preços têm a função de aglutinar as decisões de milhões de indivíduos de interesses muitas vezes competitivos, assegurando coerência à economia como um todo. Considerando as variações dos preços, os agentes econômicos podem decidir pelos bens ou serviços que suas empresas devem produzir, sobre a quantidade desses bens etc. O comportamento dos consumidores é também considerado nessas decisões: os empresários sabem que esses pagam mais por bens que lhes tragam grande satisfação e menos por artigos pouco satisfatórios. Outro tipo de decisão influenciada pelos preços diz respeito à distribuição dos recursos ou fatores entre os produtores. Se o preço de determinado produto é elevado, os empresários obtêm bom lucro, podem remunerar melhor os fatores de produção que utilizam e atraem para seu empreendimento fatores e recursos de outros setores. Além disso, os preços podem funcionar como freio ou estímulo ao consumo. Preços baixos agem no sentido de estimular o consumo e preços altos, no sentido de limitá-lo. Nos países capitalistas, os preços formam-se no mercado pelo jogo da oferta e da procura. Existem, no entanto, fatores que exercem uma influência indireta nos preços, pois atuam sobre a oferta ou a demanda de bens: é o caso dos custos de produção. Se o preço obtido no mercado não cobrir os custos de produção, os empresários certamente deixarão de produzir esse bem. Assim fazendo, estarão diminuindo a oferta desse produto no mercado e, consequentemente, provocando a elevação de seu preço. A atuação dos órgãos governamentais sobre a fixação dos preços também é indireta. Normalmente, contribuem para o aumento da oferta de determinado bem por meio de importação, provocando a baixa do preço. Ou, então, restringem essa oferta mediante estocagem ou exportação, favorecendo a alta dos preços. Mas durante as guerras e outros períodos de crise, o Estado intervém diretamente: a distribuição dos bens escassos entre os consumidores deixa de ser feita de acordo com as regras econômicas, obedecendo a outras determinações. É o caso, por exemplo, dos cartões de racionamento. Considerando o mercado sob o ângulo da procura, pode-se afirmar que as quantidades variam na ordem inversa à do preço: quanto mais baixo o preço, maior a procura e vice-versa. Com os preços altos, a retração da procura pode manifestar-se no chamado efeito de substituição, quando o consumidor substitui o produto caro por um sucedâneo mais barato. O efeito de substituição representa uma diminuição da demanda, pelo menos em relação aos produtos de preço elevado. Existem produtos cuja procura aumenta sensivelmente com a queda dos preços, enquanto outros conservam uma demanda inalterada, mesmo com preços baixos. A essa reação variada em relação ao aumento ou diminuição dos preços dá-se o nome de elasticidade-preço da procura. Por sua vez, a oferta de determinado bem é constituída pela quantidade dessa mercadoria que os produtores estão em condições de oferecer no mercado, a diferentes preços, em determinado período de tempo. Quando os preços estão altos, maiores serão as quantidades oferecidas, já que a possibilidade de obter maior lucro atua como estímulo ao aumento da produção. Essa reação, no entanto, varia de produto para produto, dependendo da elasticidade-preço da oferta, ou seja, da sensibilidade da oferta em relação aos preços. Num esquema de formação de preços no mercado, por meio do jogo da oferta e da procura, o preço de equilíbrio manifesta-se como aquele que compatibiliza a oferta e a procura. Ou seja, ao preço de equilíbrio, a quantidade de bens demandados pelos consumidores é a mesma quantidade de bens oferecida pelos produtores. Todos esses mecanismos de formação dos preços ocorrem em regime de concorrência perfeita, o qual pressupõe a existência de grande número de produtores e consumidores. Na situação oposta, de monopólio, um único produtor consegue controlar o suprimento de uma mercadoria e os compradores, em grande número, não conseguem influir no preço. Nesse caso, o agente monopolista pode fixar um preço mais elevado para seu produto, obtendo grandes lucros. No entanto, se o preço for muito elevado, poderá atrair concorrentes ou provocar uma retração da procura. Nesse caso, o monopolista só poderá aumentar a demanda de seu produto mediante diminuição do preço. Apesar dessa limitação parcial, os preços de monopólio sempre se situam muito acima dos preços de competição. Na realidade econômica dos países capitalistas, predomina a forma da concorrência imperfeita. Nos países socialistas, de economia planificada, os preços dependem das decisões governamentais. Várias são as teorias sobre a natureza e origem dos preços e do valor, assim como sobre as leis que regulam os preços das mercadorias e explicam a variação do seu nível geral. Adam Smith desenvolveu a teoria do preço natural e do preço de mercado. Karl Marx, baseado na teoria do valor-trabalho, procurou explicar a diferença entre o preço de produção e o valor da mercadoria, considerando o trabalho socialmente necessário. Os economistas de tradição neoclássica interessaram-se mais pelos mecanismos de variação relativa dos preços e seu comportamento no mercado, considerados elementos fundamentais no processo de alocação de recursos no sistema capitalista. Surgiu daí a chamada “teoria dos preços”, que estuda a determinação do preço no mercado a partir da relação entre a oferta e a procura. Veja também Controle de Preços; Liderança de Preço.