Conjunto de modificações nos métodos de cultivo do solo que se verificaram na Europa, entre os séculos XVI e XIX, acompanhando as transformações que ocorriam no setor industrial. Consistiu, primeiro, na substituição do sistema de pousio — típico da agricultura feudal — pelo de rotação de culturas. O pousio consistia no repouso anual de uma das faixas de terra cultivadas, enquanto na rotação havia apenas a alternância anual de culturas de efeitos contrários: por exemplo, num ano plantava-se trigo, que esgota o solo, e no outro, no mesmo terreno, plantavam-se girassóis ou favas, que recuperam o solo. No decorrer do século XIX, substituiu-se o sistema de rotação de culturas pelo de cultivo único, especializado num só tipo de gênero alimentício. Isso foi possível graças ao emprego de adubos, como o guano — excremento de aves — exportado pelo Peru e pelo Chile para a Europa e os Estados Unidos. Empregou-se também o salitre, proveniente do Chile. Outro aspecto importante nesse processo foi a transformação das terras comunais europeias em pastagens particulares, voltadas para a obtenção de lucros — caso típico da Inglaterra, embora tenha ocorrido também no resto da Europa. Por último, observou-se um intenso aperfeiçoamento das máquinas agrícolas — debulhadoras, ceifadeiras, arados —, bem como o emprego da máquina a vapor para movê-las. Além de grandes incrementos na produtividade, essas transformações deram origem ao proletariado rural, formado principalmente pelo grande número de pequenos proprietários expulsos de suas terras, ante a expansão das grandes plantações de tipo capitalista.