Presidente dos Estados Unidos por quatro vezes consecutivas, no crítico período 1933-1945, da Grande Depressão iniciada em 1929 à Segunda Guerra Mundial. Em seu primeiro período de governo implantou o New Deal, primeira tentativa de intervenção estatal na economia de países capitalistas. Eleito senador em 1910 pelo Estado de Nova York, Roosevelt tornou-se líder do Partido Democrata. No período 1913-1920, foi secretário-adjunto da Marinha; em 1921 sofreu um ataque de poliomielite, ficando paralítico da cintura para baixo. Mesmo assim, foi eleito governador do Estado de Nova York por dois mandatos (1929-1933). Tornou-se presidente dos Estados Unidos num momento em que o país sofria ainda os efeitos da Grande Depressão de 1929: havia mais de 13 milhões de desempregados, a maior parte dos bancos encontrava-se fechada e a produção industrial estava reduzida de 56% em relação à de 1929. A resposta de Roosevelt foi o New Deal. Era uma ousada política de intervenção do Estado na economia para estimular o consumo e impulsionar a produção, por meio da execução de um grande programa de obras públicas, da redução das horas de trabalho (para atenuar o desemprego) e da regulamentação da produção em geral. Algumas de suas propostas se aproximavam dos pontos que seriam apresentados em 1936 por John Maynard Keynes, em A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, marco teórico da ruptura com o liberalismo clássico do laissez-faire. Como efeito dessas medidas, em 1934 a economia norte-americana já mostrava sinais de recuperação. Mas o governo enfrentava pressões para realizar reformas mais radicais, enquanto os setores conservadores protestavam contra o que consideravam uma tendência à estatização e ao socialismo. Apesar dessas críticas, Roosevelt formulou em 1935 um extenso programa de leis trabalhistas, sociais e tributárias, enfatizando as reformas do New Deal. Foram criados novos órgãos governamentais, como o Work Progress Administration, que de 1935 a 1941 empregou uma média de 2,1 milhões de trabalhadores por ano. No plano da política externa, Roosevelt reconheceu o regime soviético e inaugurou, em 1933, a política da boa vizinhança para a América Latina, pela qual os Estados Unidos abster-se-iam de intervir diretamente nos países latino-americanos. Mas a perspectiva de guerra na Europa logo deu prioridade à doutrina da segurança coletiva, que enfatizava a necessidade de compromissos militares para a defesa do continente americano e que mais tarde seria estendida à Europa. A partir de 1937, a política reformista do New Deal foi perdendo força, substituída por uma preparação para a guerra. Com o início do conflito, Roosevelt conseguiu a revisão do Neutrality Act (declaração de neutralidade) pelo Congresso, e passou a fornecer equipamentos militares à França e à Inglaterra pelo sistema de pagamento a vista. Desse modo, era estimulado um importante setor da produção interamericana, que tinha mercado garantido. Reeleito após a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Roosevelt tentou manter os Estados Unidos diretamente fora do conflito. Entretanto, dias depois do ataque japonês à base naval de Pearl Harbour (1941), declarou guerra ao Japão, à Alemanha e à Itália. Necessitando ainda mais do apoio de setores conservadores, Roosevelt desfez diversas criações do New Deal. Nos anos seguintes, despontava como principal líder aliado, defendendo, nas Conferências de Teerã (1943) e na Conferência Yalta (1945), a exigência da rendição incondicional dos países do Eixo. Foi reeleito para seu mandato em 1944, mas morreu no ano seguinte. Veja também New Deal.