Conjunto de doutrinas sobre a atuação e organização do movimento sindical. Desde o início da Revolução Industrial, quando surgiram as primeiras organizações operárias na Europa (principalmente na Inglaterra), as propostas de orientação para o movimento sindical estiveram estreitamente ligadas a teorias políticas, sobretudo de correntes socialistas. Num primeiro momento, os sindicatos dedicavam-se apenas à luta por melhores salários e à organização de fundos de ajuda mútua. Na Inglaterra do começo do século XIX, os sindicatos recebiam grande influência das ideias reformistas de Robert Owen. Na França, orientavam- se inicialmente pelo pensamento de Proudhon, que rejeitava a ação política das organizações operárias e defendia a luta econômica e a organização de cooperativas de produção como forma principal de luta contra o capitalismo. A partir das grandes manifestações sociais de 1848, o movimento sindical europeu passou a receber a influência de Karl Marx, fundador da Associação Internacional de Trabalhadores (I Internacional). Os partidários de Marx defendiam a ação política dos sindicatos como uma das formas de combate ao capitalismo. Opuseram-se, contudo, ao anarquismo, que negava a organização da classe operária em partidos políticos e via o sindicato como único instrumento legítimo de organização dos trabalhadores. A grande ligação ocorreu por meio do anarco- sindicalismo, que se desenvolveu principalmente na Europa latina e teve grande influência no sindicalismo brasileiro até o final da Primeira Guerra Mundial. O pensamento conservador admite a existência do movimento sindical, desde que sua ação se restrinja às reivindicações salariais, e prega, no plano político, a harmonia entre empregados e empregadores. É a doutrina que orienta o sindicalismo nos Estados Unidos e a Confederação Internacional de Sindicatos Livres. Na Europa atual, o sindicalismo tem ação livre e pluralista, e é constituído por três tendências principais: a comunista, a social-democrata ou socialista e a democrata-cristã. Na Inglaterra, os sindicatos formam a base orgânica do Partido Trabalhista. No Brasil, por imposição da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o sindicalismo está vinculado ao Estado, que determina as formas de organização dos sindicatos e limita o espaço de sua atuação, mesmo no plano das reivindicações de caráter econômico. Isso tem dado origem, desde 1930, a uma camada de dirigentes sindicais (os chamados pelegos) organicamente vinculados aos governos, variando sua feição política de acordo com a ideologia oficial. A partir do final da década de 70, contudo, vem crescendo a atuação de uma parcela que reivindica o fim da tutela do Estado sobre os sindicatos e a criação de um sindicalismo com plena autonomia em relação aos partidos políticos, ao Ministério do Trabalho, e reorganizado de acordo com os interesses dos trabalhadores. Veja também Escala Móvel de Salários; Luta de Classes; Salário Mínimo.