Expressão utilizada em economia que admite dois significados: o primeiro decorre do argumento dos marginalistas de que a utilidade dos bens poderia ser mensurada em forma absoluta a partir de certa unidade de medida, da mesma maneira que se faz com a distância, o peso etc. O segundo significado, mais utilizado nas exposições dos economistas marginalistas, se aplicaria apenas para diferenciar dois níveis distintos de utilidade. Dessa forma, se um consumidor estiver diante de quatro situações, a, b, c, e d, e for capaz de dizer que a diferença de utilidade entre as situações a e b é algum múltiplo ou fração da diferença entre as situações c e d, este consumidor terá organizado sua escala de preferências em termos cardinais. A diferença entre os dois significados é que, ao não atribuir valores absolutos às diferenças de utilidade entre os diversos níveis, é possível superar a dificuldade intransponível do primeiro significado, que exige essa atribuição aos diferentes níveis de utilidade. As dificuldades apresentadas pelo conceito em seus dois significados deram origem ao conceito de utilidade ordinal. Veja também Ofelimidade; Utilidade Ordinal.